Crônicas de Relwdyn - Prólogo

25 de janeiro de 2015

Taverna da Cevada Branca – Império de Sal - 17 anos antes




- Silêncio! - A mulher bradou jogando os braços para cima, um gesto que indicava toda sua frustração diante da barbaridade dos homens a sua frente. Não se precisava passar muito tempo na companhia destes para perceber que se não possuíssem sangue nobre, seriam semelhantes a porcos.



Os seis homens sentados na mesa a sua frente se detiveram. E não apenas pela beleza incomum da mulher nômade, que nascera no Império de Vidro. Possuía olhos azuis que pareciam espelhos, cabelo claro, pele levemente bronzeada e modos distintos. Trajava um manto azulado e tinha joias preciosas nos braços, pés e nariz. Uma sacerdotisa. O tom de sua voz transparecia puro poder.



- Se realmente querem que a situação piore, continuem o que estão fazendo! - Naquele momento, a mulher parecia a fúria em forma humana. O que, na opinião sincera de todos os homens presentes, não diminuía em nada sua estonteante beleza.

Ouve protestos por todos os cantos da taverna.

- Acalmem-se! - Como não a escutavam, e cansada de tamanho tumulto, a mulher lançou uma enorme caneca cheia de cerveja sobre a mesa dos homens. Por pouco não acertou Roghre, um dos homens mais respeitados ali presentes. Poucos segundos após o quase incidente, os homens a olharam irritados e, finalmente, dispostos a ouvi-la.



- Eu sei exatamente o que precisamos fazer. Sei que ninguém deseja que a profecia seja conhecida por todos os habitantes do Império. Portanto, isto estará apenas entre nós, nobres e nômades presentes nesta humilde taverna. - Ela vez uma breve pausa, olhando calmamente a cada um dos presentes, como se esperasse uma reação de protesto. Quando ninguém se manifestou, ela retomou o discurso.
- A profecia afirma, claramente, que se duas irmãs de sangue nobre nascidas na lua cheia vierem á este reino, os tempos finais começarão. Isto é um indício do fim da paz. Por 400 anos o Reino de Sal se mantém em plena paz com seus vizinhos, e este feito é realmente uma conquista. Mas esta profecia veio para acabar com a honra da conquista dos nossos antepassados. Boatos espalham-se rapidamente. Ao que tudo indica Rewina Loluv está esperando gêmeos. Se acaso isto for confirmado, precisaremos agir. - Ela afirmou.


Os homens recomeçaram a conversar escandalosamente alto. Mas desta vez a mulher nômade, chamada Rhiannon, não os interrompeu. Apenas sorriu ao imaginar o trágico destino das futuras crianças gêmeas daquele reino. Ela faria qualquer coisa para que a profecia não se concretizasse. Qualquer coisa. Afinal, ela fora escolhida pelo povo daquele reino para ser a sacerdotisa. E sacerdotisas protegem. Mas algumas sacerdotisas precisam de medidas drásticas para proteger seu povo.

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